Nos momentos de crise, a contabilidade ajuda a reduzir custos de forma inteligente

O isolamento social e outros desdobramentos advindos da pandemia da Covid-19 trouxeram mais desafios para a vida, que já não era fácil, das mulheres empreendedoras. A redução de custos aparece como palavra de ordem nesse momento para encontrar novos caminhos para manter o negócio em operação. Porém, essa redução deve ser feita de forma muito criteriosa para não causar impactos negativos, causando insatisfação nos clientes. Se perder clientes é sempre motivo de preocupação, imagine na conjuntura atual.

A sócia do escritório Contmais – Assessoria Contábil, Neide Nascimento, participou de uma transmissão no YouTube, em nosso espaço Conversa Empreendedora, explicando os benefícios de ter a contabilidade da empresa em dia. “Com a organização desses processos, nós temos ferramentas para interpretar os indicadores da empresa junto com a cliente para que ela tome decisões capazes de ajudá-la a sair da crise”, explica Neide, ao comentar que, ao agir por impulso, a empreendedora acaba por dificultar ainda mais a situação da empresa.

Ao falar desse comportamento, Neide cita alguns erros cometidos pelas empreendedoras nesse processo. “É comum que elas troquem uma matéria-prima por outra mais barata, o que prejudica a qualidade do produto, substituam profissionais experientes por outros sem experiência ou qualificação, agindo na ansiedade de resolver uma situação, deixando de consultar a contabilidade”, lamenta Neide, ao ponderar que é necessário pensar também nas consequências destes cortes, inclusive no pós pandemia. “Às vezes, a renegociação com um fornecedor já dá um fôlego para o negócio, sem comprometer a qualidade do produto”, raciocina Neide.

Ela lembra que a contabilidade da empresa responde pela gestão de pessoas, gestão tributária, gestão de custos e até mesmo pelo acompanhamento de boa parte das leis trabalhistas, tendo condições de aconselhar a empreendedora na busca por alternativas. Neide reconhece que esses assuntos são complexos, o que reforça a necessidade de bons parceiros nessa área para que a empreendedora foque a energia na manutenção do negócio.

Neide lamenta que, por não manter as obrigações contábeis em dia, seja em relação aos documentos ou aos tributos, muitas empresas não puderam recorrer ao plano de auxílio disponibilizado pelo Governo Federal. “Por não ter essa organização da empresa, muitas não puderam contar com esse auxílio, que seria um fôlego na superação da pandemia”, finaliza a sócia da Contmais, reforçando que a entrega dos documentos solicitados pela contabilidade já é um passo importante para que a contabilidade seja uma aliada da empreendedora.

A paralisia da economia, no final de março, com a quarentena para conter o avanço do coronavírus e preservar a saúde das pessoas pegou empresários e empreendedores de surpresa. O otimismo do início do ano, com o aumento gradual dos negócios, deu lugar à preocupação com a queda nas vendas.

Foi o que aconteceu com o empresário Rodrigo Zingoni, dono da Prospecto Comunicação Visual, empresa de Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), fundada em 2001. Nos primeiros dias da quarentena chegou a ficar preocupado com o negócio e o futuro de nove funcionários. “Até pensei que poderíamos fechar as portas”, conta.

A preocupação momentânea deu lugar à reinvenção. Com o mercado de comunicação visual praticamente parado, ele viu na área de proteção, com o comercio buscando produtos de barreira, um nicho de mercado capaz de manter a empresa viva.

Barreiras de Contenção

Ele aproveitou parte de sua estrutura para desenvolver barreiras de contenção para segmentos como o varejo, corporativo e industrial. Dali nasceu produtos como divisórias para mesas de refeitórios, estação de trabalho, mesas de atendimento, balcão de recepções e até para manicures e motorista de aplicativos; protetores faciais; totens álcool em gel com acessibilidade para cadeirante, idoso e criança..

“Em três semanas já estava com um logo da nova linha pronto, página na internet, protótipos de todos os produtos, folders digital, redes sociais e precificação de todos os produtos prontos”, conta. “Foi um período árduo, a ponto de quase desistir de tudo”.

Mas o sacrifício e a reinvenção valeram a pena, admite. Estes novos produtos de saúde, garante, já representam mais de 42% do faturamento da empresa, devendo chegar a 55% até o final de junho. “Sei que esses são produtos com certa validade de utilização. Porém praticar a reinvenção é saudável no mundo do empreendedorismo. E dessa forma extremamente forçada gera muito trabalho e ansiedade, porém no final sempre contribui para o crescimento da empresa e da gestão.

Negócio Por Delivery

Assim como Zingoni, Roger Antonio Domingues, criador da rede de hamburgueria Lanchão, fundada há 30 anos em Campinas e hoje com 40 lojas espalhadas pelo Brasil, também aproveitou a crise para criar um novo modelo de negócios. Além da franquia, que exige altos investimentos, em poucos dias transformou um plano em realidade ao lançar o Lanchão em Casa, um projeto de baixo investimento de uso da marca.

O modelo, com R$ 5 mil de investimento inicial e uma estrutura enxuta na própria casa, cardápio reduzido de produtos e vendas através de aplicativo, ja teve seis pontos comercializados e inaugurados em menos de dois meses.

“O Lanchão em Casa tem como foco pessoas que nunca tiveram experiência com o negócio de lanches e precisam começar algo do zero e bares e restaurantes que pensam em retomar seus negócios após a pandemia com uma segunda ou terceira marca voltada apenas para o e-commerce”, explica o empresário.

Toda a estrutura e forma de operação foram pensadas em simplificar a vida do empreendedor que está iniciando e da empresa. Em ambos os casos, é preciso somente ter uma cozinha, um forno microondas, panelas, liquidificador, uma chapa, facas e algumas peças de cozinha e um computador com internet.

O isolamento social tem feito com que as pessoas passem muito tempo dentro de casa sem praticar quase nenhuma atividade física. Isso tem elevado o grau de sedentarismo, aumento os riscos à saúde, especialmente as diretamente ligadas às doenças vasculares em todas as idades.

Profissionais das áreas médicas e de saúde alertam para os riscos e lembram que durante o período de isolamento social é importante manter uma rotina saudável.

De acorco com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (Sbavc), a falta de consumo de fibras e o excesso de carboidrato, gordura e sódio na alimentação, associados ao sedentarismo, são as maiores causas de doenças vasculares na juventude. A trombose venosa profunda (TVP) e a doença aterosclerótica são as mais incidentes porque estão ligadas à qualidade de vida do indivíduo.

Cerca de 1% da população, de até 50 anos de idade, sofre de trombose arterial, cuja maior causa é a aterosclerose. Apesar do número não parecer tão alarmante, a cada 100 mil pessoas mil são acometidas pela doença. Já no caso de TVP, há uma incidência de 60 casos a cada 100 mil habitantes. As maiores causas da doença são gravidez, obesidade e uso de anticoncepcionais, além des tratamentos de reposição hormonal.

ATIVIDADE FÍSICA

Para reduzir os impactos do sedentarismo e das consequentes doenças, Cristiane Peixoto, profissional de Educação Física a rede Companhia Athletica, indica algumas atividades para serem praticadas em casa nestes dias.

1 – Procure orientação

O ideal é que as pessoas que já praticavam atividades físicas mantenham contato com seus professores. Felizmente a prática conta, hoje, com ajuda da tecnologia, que facilita a comunicação.

Quem não tem a orientação de um profissional deve ser criterioso na busca por opções que mais se aproximem das práticas com as quais está familiarizado, e ter a consciência de que agora não é o momento de se aventurar em novas modalidades.

2 – Prepare um espaço adequado 

O ambiente precisa ser estudado para garantir a eficiência dos movimentos e a segurança para não causar lesões. Tapetes, móveis baixos, objetos no chão podem aumentar o risco de queda. “O ideal é que o espaço seja amplo, para evitar acidentes. Se não for possível, é preciso adaptar os exercícios para um espaço menor. O importante é se movimentar”, explica a educadora física.

3 – Não exagere na intensidade 

No momento atual, grande parte das pessoas pode dedicar mais tempo à rotina de exercícios, mas não precisa exagerar. “Atividades de intensidade baixa já são o suficiente para fortalecer o sistema imunológico. O importante é que sejam consistentes e realizadas com frequência”.

O treino pode ser simples, sempre respeitando os limites do corpo e o espaço dedicado a essas atividades. “É importante, primeiramente, começar com um aquecimento articular adequado, mobilizando ombros, quadril e coluna. Seguir com exercícios básicos de fortalecimento muscular. Movimentos rítmicos ou pequenos deslocamentos do corpo estimulam o sistema cardiorrespiratório. Por fim, encerrar com alongamento e relaxamento”, orienta.

Para manter a saúde cerebral, é importante acrescentar treinamento cognitivo à rotina com atividades que envolvam raciocínio, memória e noção espacial. 

4 – Prepare-se como se fosse sair de casa 

O maior desafio é lidar com as adaptações e driblar a falta de motivação que a ausência do local e da rotina de atividades pode proporcionar. Uma das ferramentas para ressignificar a rotina de exercícios é se arrumar da mesma forma, como se fosse sair de casa.

Alimente-se bem, coloque uma roupa apropriada para exercícios (nada de pijamas!), encha uma garrafinha d’água, separe a toalhinha e vá para a sua academia particular. 

5- Suporte emocional também é importante 

O tempo prolongado de solidão, afastamento das atividades habituais, preocupação com amigos e familiares podem contribuir para o aumento do desânimo e sintomas depressivos, reduzindo a probabilidade desse idoso se manter ativo e produtivo.

O que era uma alternativa para as empresas continuarem trabalhando durante a quarentena da Covid-19, revela-se como a grande tendência de modelo de trabalho nas organizações. O home office trouxe resultados positivos em produtividade e economia para as empresas durante a pandemia. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Recursos Humanos da regional Campinas, mais de 50% das empresas da região deverão manter ou ampliar a jornada de trabalho remoto em vários setores após o período de isolamento social.

De acordo com a diretora da ABRH-RMC, Fabiola Lencastre,  em muitos setores houve ganho de produtividade, otimização de custos, flexibilização da jornada e maior qualidade de vida para o colaborador. “será preciso firmar acordos e criar políticas para viabilizar o trabalho home office, diante da falta de legislação específica”, alerta ela.

Para a diretora da ABRH, as estruturas implantadas pelas empresas foram eficientes e geraram resultados, tornando o home office uma realidade. “Acreditamos que os espaços físicos dos escritórios serão usados oficialmente para algumas reuniões, receber clientes e happy hours, sendo as casas e apartamentos os escritórios do dia a dia de trabalho”, completa Fabiola.